15 de outubro de 2006

Descobri que eu cresci



Descobri que eu cresci. Não é muito animador perceber isto, principalmente quando realmente já não se é mais uma criança. Às vezes, ainda acho que eu posso acordar e as coisas serem do jeito que eu quero, simples. Assim, como que após o desejo concebido, ele pode ser transformado em realidade com um simples piscar de olhos.

Ainda não sei exatamente quem sou. Apesar de fazer esforço para descobrir. Às vezes vejo minhas fotos, àquelas da criança que fui, lá com 3 anos... 6 anos.... e imagino: será que eu aprovaria se pudesse me ver crescida? Será que teria orgulho de mim mesma, se naquele tempo, tivesse sabido que cresceria e me tornaria a pessoa que sou? Será que os meus desejos não foram ofuscados pela correria do dia-a-dia, pelas decepções vividas, pelas angústias da caminhada? Será que eu sou quem eu realmente planejava ser?

Engraçado como o exercício de conversar com uma criança de 3 anos, no caso eu mesma, me faz bem. Sempre que me pego pensando ‘pra que lado eu vou?’, volto no tempo, ou sei lá onde, para me questionar, e tentar receber a resposta de uma criança de três anos. Porque acredito nos conselhos daquela menina e tenho orgulho dela. Respeito todas as escolhas tomadas, todo o aprendizado correspondido, todas as suas atitudes. Se tivesse que começar de novo, começaria igual.

Sinto que no meio de tudo isso, alguma coisinha se perdeu. E é esta coisa, que me fez descobrir que eu cresci. E me fez questionar mais uma vez: será que aquela mulher de mais de 50 anos, aprovaria as escolhas que estou fazendo no presente? O que ela faria se estivesse no meu lugar, com toda a sabedoria aprendida com os erros e acertos, com todas as experiências de mulher (qual?), mãe (talvez), profissional (será), esposa (quem sabe)?

Mas com esta mulher, eu não consigo ouvir as suas respostas....

(julho-06)

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